domingo, 27 de abril de 2008

Tempo de reivindicar... pelo futuro



Boa noite a todos,

Como já demonstrei em posts anteriores, estou profundamente insatisfeito com o estado vegetativo que vigora na nossa classe, como no ensino da mesma. Felizmente, dia 5 de Maio pelas 16.30, nós, meros e incompreendidos alunos de enfermagem, iremos mostrar ao país, o nosso mais profundo desagrado sobre a lamacenta situação em que nos encontramos. Assim, foi desenvolvida uma acção reivindicativa na qual nós tentaremos sensibilizar os Governantes Civis e o Ministro do M. da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), mentes iluminadas e ocas, para as vergonhosas condições em que está a ser ministrado o Curso de Licenciatura em Enfermagem. Queremos frisar os seguintes pontos:

·Aumento abrupto do número de Instituições de Ensino e de estudantes de Enfermagem (os famosos cogumelos que brotam do chão)

·Incapacidade de resposta por parte do Ministério a nível de subsídios para as Instituições de Ensino (ainda estamos de tanga dizem)

·Escassez de locais de Ensino Clínico (que representa 50% do curso) perto das Instituições de Ensino, chegando a haver distâncias superiores a 100km:
Eu já disse que ainda vou fazer o meu EC de Obstetrícia para Badajoz, e os custos que isto acarta? Já pensaram nisto? Há aqui algo que falha, segundo consta "Todos os Portugueses têm direito à educação e à cultura, nos termos da Constituição da República".. mas vamos esclarecer.. são todos? ou todos os que possam pagar?

·Esforço economico-financeiro exigido nos Ensinos Clínicos (em acréscimo a todos os outros gastos: propinas elevadíssimas, aquisição de manuais e outros materiais essenciais) - Respondendo à questão anterior: provavelmente todos os que possam pagar…)

·Falta de Acção Social (subsídios para os Ensinos Clínicos, incapacidade de previsão de gastos, pouca flexibilidade das bolsas de estudos)

·Corte orçamental na área da educação e na área da saúde (dois pilares da sociedade, curioso…)

·Desemprego

É um facto, a nossa formação, a nossa vida profissional futura está a ser posta em causa! E não podemos deixar que isto aconteça!

Portanto, vai, decorrer uma acção de sensibilização no dia 5 de Maio, entre as 16h30 e as 19h, em frente ao Hospital Santa Maria, onde estará presente o Pólo Regional de Lisboa e Vale do Tejo (ou seja, NÓS!). Pretendemos fazer luto académico (traje ou roupa preta) e distribuir folhetos informativos com os tópicos do nosso descontentamento, conversando e sensibilizando as pessoas para a precariedade do estudante de Enfermagem.

Esta causa não é só minha, é de todos nós. Mais uma vez a união faz a força, e é o facto de estar o maior número possível de nós presente que vai fazer com que haja algum impacto com esta acção. Temos que causar impacto, o nosso futuro depende disso! E não só como estudantes, mas também como profissionais (no futuro). Não somos só nós que temos razões para estar descontentes, os enfermeiros propriamente ditos também têm: não se esqueçam da precariedade que há hoje em dia (viva os recibos verdes! e as leis que facilitam o despedimento sem razão aparente!).
APAREÇAM! MANIFESTEM-SE! NÃO DEIXEM PASSAR ISTO EM BRANCO! LUTEM PELOS VOSSOS DIREITOS!

Não podemos deixar que nos dêem más condições e inseguranças, tanto a nível da formação como a nível do emprego.
Se tiverem dúvidas, dirijam-se às vossas Associações de Estudantes, eles dar-vos-ão a informação que precisam!

E não se esqueçam: O futuro constrói-se hoje, não amanhã!


Assinado: Andreia Santos (ESEL Polo Gentil, futura elemento do blog) e André Santos (ESEL Polo Ravara, elemento do blog)

Ordem dos Enfermeiros alerta para problema de sustentabilidade do SNS

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem rácios de enfermeiros abaixo da média Europeia, da maioria dos países desenvolvidos e da OCDE.


Actualmente, em Portugal existe 1 enfermeiro por 800 famílias, sendo o número ideal 1 por 400 famílias. Paralelamente, existe grande carência de enfermeiros nos Cuidados de Saúde Primários (Centros de Saúde) e distribuição não equitativa nos Cuidados Hospitalalares.

Esta situação é consequência da organização actual do SNS e necessita de rápida reformulação para garantir aos cidadãos cuidados mais eficazes e melhor equilíbrio entre qualidade e custo-efectividade de serviço nas organizações de saúde. Esta foi uma das principais conclusões do Almoço-Debate Comemorativo dos 10 Anos da Ordem dos Enfermeiros (OE).

“Cultural e estruturalmente, o SNS está centrado em Cuidados Hospitalares e os enfermeiros recém-licenciados encaram a actividade nos Cuidados de Saúde Primários como segunda escolha. É urgente alterar esta realidade e a concepção de que o profissional hospitalar é mais graduado do que o do Centro de Saúde”, defende Maria Augusta de Sousa.

O encontro contou com a presença da Enfermeira Maria Augusta de Sousa, Bastonária da OE, Dra. Maria de Belém, Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Professor Constantino Sakelarides, Director da Escola Nacional de Saúde Pública, e Dr. Jorge Varanda, do Grupo de Saúde do PSD.

O plano de actividades da OE para o triénio 2008/2011 reflecte a leitura do actual quadro global em que se insere a Enfermagem Portuguesa e define 10 Compromissos para reforçar a importância dos profissionais no Sistema de Saúde nacional.

A reforma em curso no sector da Saúde, novo Modelo de Desenvolvimento Profissional decidido pelos enfermeiros, empenho e contributo na melhoria contínua dos cuidados de Saúde e de Enfermagem, e compromisso ético e deontológico com os cidadãos e com a profissão, são os quatro grandes temas e áreas de intervenção qualificada da OE nas várias componentes da gestão no contexto do Sistema de Saúde.


A Ordem dos Enfermeiros foi constituída em 1998 e tem como objectivo regular e controlar o exercício da profissão. Tem como competências a preparação dos regulamentos internos necessários ao funcionamento da OE; promover a inscrição dos enfermeiros; preparar os actos eleitorais para os órgãos nacionais e regionais; realizar os actos necessários à instalação e normal funcionamento da OE; conferir posse ao bastonário que for eleito e prestar contas do mandato exercido. Actualmente conta com cerca de 50 mil enfermeiros inscritos.




Por Filipa Prenda a 22-04-2008 em www.medicosdeportugal.pt